terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Aviso aos nossos leitores

Aos meus alunos e leitores deste Blog.

A partir de 2011, todas as postagens neste blog serão interrompidas.

Os posts de notícias, opiniões e comentários referentes às temáticas relacionadas a Geografia e Geopolítica continuarão no blog parceiro Geografia & Geopolítica, enquanto as áreas de Relações Internacionais e Política Internacional serão elaboradas para contribuir com outro blog parceiro, o ISAPE blog - do Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia:  http://www.isape.org.br/

Atenciosamente,

Lucas

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Presidente Lula discursa durante a formatura de diplomatas do Instituto Rio Branco

Agência Brasil

05/11/2010

Lula diz que política externa de seu governo é vencedora

Yara Aquino e Priscilla Mazenotti

Repórteres de Agência Brasil

 Brasília - Ao participar de formatura de diplomatas do Instituto Rio Branco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da carreira para as relações com outros países. Ele citou casos em que diplomatas brasileiros resolveram conflitos com nações da América Latina, como no episódio da compra de gás boliviano e na divergência com o Paraguai sobre a energia produzida por Itaipu.

Lula também lembrou a relação comercial do Brasil com a Argentina. “Na medida em que o Brasil começou a confiar na Argentina e ela começou a confiar no Brasil, foi o resultado mais exitoso de toda a relação entre os países. Não podemos prescindir um do outro. Não somos adversários, somos parceiros”, disse. Para ele, a entrada da Venezuela no Mercosul será fundamental para fortalecer o bloco. A adesão do país ao Mercosul ainda depende da aprovação do Paraguai.

O presidente também lembrou o começo de seu governo, quando decidiu visitar países africanos, para estreitar laços diplomáticos. “Lembro de quantos desaforos recebi quando decidimos ir para a África. O hábito era ir para Paris”, disse. “Hoje vocês vão encontrar um Brasil muito mais consolidado e representado com a África, com o México, com a América Latina e o Caribe”, acrescentou.

Durante o discurso, Lula fez uma crítica a governos anteriores afirmando que era comum contemplar um político que tinha perdido uma eleição com um cargo na área de relações exteriores, em vez de indicar um integrante da carreira. “Tem gente que nem foi tão grande e caiu aqui de paraquedas para fazer política externa”, afirmou. O presidente ainda disse que a política externa de seu governo é vencedora e que os que vieram antes dele devem estar pensando por que não fizeram antes o que foi feito por Lula.

Ele fez, ainda, uma homenagem à presidenta eleita, Dilma Rousseff. Disse que os novos diplomatas vão encontrar um país que, depois de eleger um metalúrgico, vai ser presidido pela primeira vez por uma mulher. “E não uma mulher qualquer, mas uma que esteve condenada ao sacrifício e tortura porque, quando tinha 20 anos, ousou colocar a manga de fora e lutar pela liberdade democrática”, disse. “Essa geração já tinha perdido a esperança e agora chega à Presidência pelas vias democráticas. E, vencendo todos os preconceitos do mundo, ela, no dia 1º de janeiro, tomará posse”, completou.

O presidente disse que os novos diplomatas irão representar um país que tem grande quantidade de petróleo. Falando do pré-sal, disse que “o óleo foi tirado com tecnologia de uma empresa que é motivo de orgulho”.

Lula acrescentou que eles também vão representar um país que tem uma grande instituição na área de tecnologia agrícola, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Esse é o Brasil que vocês vão ter orgulho de representar lá fora”, disse. “É um país que está construindo bibliotecas, que tem o maior programa habitacional do mundo, depois da China. Um país em que a autoestima está bem e um país que tem como único milagre o respeito”, disse.

A Turma Zilda Arns – a maior da história do Instituto Rio Branco – formou 115 diplomatas. Desse total, cerca de 40 já foram designados para representações diplomáticas brasileiras no exterior, principalmente na África, no Oriente Médio e na Ásia.

Edição: Juliana Andrade


http://agenciabrasil.ebc.com.br/home/-/journal_content/56/19523/1096161

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Presidente interino da UNASUL, Néstor Kirchner, morre aos 60 anos

Agência Brasil

27/10/2010

Ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner morre aos 60 anos

Da Agência Brasil

Brasília - O ex-presidente da Argentina Néstor Carlos Kirchner, de 60 anos, morreu hoje (27) depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória, em um hospital, em El Calafate, no departamento de Santa Cruz, por volta das 10h. Em setembro, Kirchner fez uma cirurgia cardíaca, que, na época, foi considerada bem-sucedida. A mulher dele, Cristina Kirchner, é a presidente da Argentina.

Em 2003, Néstor Kirchner foi eleito presidente da Argentina. Ele enfrentou várias críticas principalmente por causa da queda do poder de compra dos argentinos. Apesar disso, o ex-presidente conseguiu fazer da mulher sucessora na Presidência.

Na juventude, Kirchner foi do movimento justicialista, depois atuou como membro da membro da Juventud Peronista. Durante a ditadura, ele ficou afastado da vida política e depois retornou em 1983. Quatro anos depois, ele se elegeu prefeito da região de Rio Gallegos. Em seguida, foi eleito governador da província de Santa Cruz.

Edição: Juliana Andrade


http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica-externa;jsessionid=3D9E268F358329E2C73452475CB0E815?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1088063

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ANPOCS busca reaproximação com tomadores de decisão em Ciência & Tecnologia

SBPC

26/10/2010
Anpocs busca reaproximação com decisores em C&T

Por Rafael Evangelista, de Caxambu

Restaurar o papel das ciências sociais de pensar o sistema nacional de ciência e tecnologia. Aprofundar-se no debate sobre a cultura científica, buscando refletir sobre a prática e o conceito, interagindo, criticando-os e melhorando-os. Foi expondo esses objetivos de maior protagonismo político da instituição que a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, Maria Alice Rezende de Carvalho, abriu o 34o encontro anual da entidade. O evento acontece no município mineiro de Caxambu e reúne mais de 1,5 mil pesquisadores em antropologia, ciência política e sociologia de todo o país.

Segundo Carvalho, os cientistas sociais recuaram do debate público sobre o sistema de C & T, que hoje seria hegemonizado pelos físicos e matemáticos. Um dos problemas derivados desse processo seria a excessiva quantificação dos índices que pretendem medir a produção dos pesquisadores, algo que não seria totalmente adequado para os cientistas sociais e que eles teriam falhado em combater. Sem querer disputar essa hegemonia, a presidente aponta a oportunidade trazida por um evento do tamanho e do prestígio como a reunião da Anpocs para que os cientistas sociais se reaproximem dos gerentes do sistema de C&T.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CARTA MAIOR

20/10/2010

"Serra representa Brasil submisso aos interesses dos EUA"

Em entrevista à Carta Maior, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira afirma que o processo eleitoral brasileiro está infectado por uma intensa campanha terrorista e uma guerra psicológica promovido pela direita e por grupos de extrema-direita, como TFP, Opus Dei e núcleos nazistas do Sul do país. Para Moniz Bandeira, projeto representado por José Serra é o "do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros". 


Carta Maior: Qual a sua avaliação sobre o processo eleitoral brasileiro e sobre a disputa que ocorre agora no segundo turno? Como o sr. caracterizaria os dois projetos em disputa?

Moniz Bandeira: O atual processo eleitoral está infectado por uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas direita, mas pela extrema-direita, como a TFP, OPUS DEI e núcleos nazistas do Sul, e sustentada por interesses estrangeiros, que financiam a campanha contra a política exterior do presidente Lula , pois não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Os dois projetos em disputam são definidos: o Brasil como potência econômica e política global, socialmente justo, militarmente forte, defendido pela candidata do PT, Dilma Roussef; o outro, representado por José Serra candidato do PSDB-DEM, é o do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros.

Evidentemente, os Estados Unidos, quaisquer que seja seu governo, não querem que o Brasil se consolide como potência econômica e política global, integrando toda a América do Sul como um espaço geopolítico com maior autonomia internacional.


Carta Maior: Falando sobre política externa, o sr. poderia detalhar um pouco mais o que, na sua visão, as duas candidaturas representam?

Moniz Bandeira:  A mudança dos rumos da política externa, como José Serra e seus mentores diplomáticos pretendem, teria profundas implicações para a estratégia de defesa e segurança nacional. Ela significaria o fim do programa de reaparelhamento e modernização das Forças Armadas, a suspensão definitiva da construção do submarino nuclear e a paralisação do desenvolvimento de tecnologias sensíveis, ora em curso mediante cooperação com a França e a Alemanha, países que se dispuseram a transferir know-how para o Brasil, ao contrário dos Estados Unidos. Essa mudança de rumos, defendida pelos mentores de José Serra em política externa, levaria o Brasil a aceitar a tese de que o conceito de soberania nacional desaparece num mundo globalizado e, com isto, permitir a formação de Estados supostamente indígenas, em regiões da Amazônia, como querem muitas 100 ONGs que lá atuam.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Ministério das Relações Exteriores do Brasil publica nota em apoio ao governo legalmente instituído no Equador

Quinta-feira, 30 de setembro de 2010 às 16:19

Nota do Ministério das Relações Exteriores sobre a situação no Equador

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou nesta quinta-feira (30/9) nota à imprensa sobre a situação crítica que vive o Equador no momento. Segundo a nota, o ministro Celso Amorim tomou conhecimento das manifestações em Quito e entrou em contato com o embaixador brasileiro na capital equatoriana para saber um pouco mais sobre a situação no país vizinho.
O Ministro tem mantido o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva informado sobre as gestões em curso para uma resposta firme e coordenada do MERCOSUL, da UNASUL e da OEA, a fim de repudiar qualquer desrespeito à ordem constitucional naquele país irmão.
Leia a íntegra da nota:
O Ministro Celso Amorim tomou conhecimento, com preocupação, das manifestações no Equador, envolvendo militares e policiais daquele país.
De Porto Príncipe, onde realiza visita oficial desde ontem, o Ministro entrou em contato com o Secretário-Geral das Relações Exteriores, Embaixador Antonio Patriota, que atua como Ministro interino, e com o Embaixador do Brasil em Quito. Além disso, comunicou-se com o Subsecretário-Geral para a América do Sul, Central e Caribe, Embaixador Antônio Simões, que participa de reunião do MERCOSUL em Manaus, e com o Representante Permanente do Brasil junto à OEA.
Em contato telefônico com o Chanceler do Equador, Ricardo Patiño, o Ministro Celso Amorim expressou o total apoio e solidariedade do Brasil ao Presidente Rafael Correa e às instituições democráticas equatorianas.
O Ministro tem mantido o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva informado sobre as gestões em curso para uma resposta firme e coordenada do MERCOSUL, da UNASUL e da OEA, a fim de repudiar qualquer desrespeito à ordem constitucional naquele país irmão.

http://blog.planalto.gov.br/nota-do-ministerio-das-relacoes-exteriores-sobre-a-situacao-no-equador/

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Suprema Corte da Colômbia defende a soberania do país e rejeita acordo para instalação de bases americanas

R7

17/08/2010

Justiça da Colômbia rejeita acordo com EUA sobre bases militares

Suprema Corte diz que o polêmico tratado sobre as bases viola a Constituição
Do R7

A Suprema Corte colombiana rejeitou nesta terça-feira (17) o acordo firmado em 2009 entre os governos dos Estados Unidos e da Colômbia para a instalação sete bases militares e a presença de tropas americanas no país. Os magistrados disseram que o tratado viola a Constituição.

Segundo decisão do presidente da Suprema Corte, ministro Mauricio González Cuervo, o convênio deve ser discutido no Congresso colombiano. Para outro magistrado, Jorge Iván Palacio, o tratado precisa ser redefinido, já que o ponto que fala da presença de tropas estrangeiras no país viola a lei colombiana. As informações são do jornal El Espectador.

Santos, que tomou posse há menos de duas semanas, era ministro da Defesa de Uribe na época da assinatura do tratado, que provocou polêmica na região

O acordo para o uso por parte das Forças Armadas dos EUA de sete bases militares em território colombiano provocou muita polêmica no continente. A negociação foi tema de um encontro da Unasul, em Bariloche, na Argentina, no ano passado.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mercosul, América do Sul e geração de empregos

Blog do Planalto

Segunda-feira, 9 de agosto de 2010 às 10:51


Mercosul, América do Sul e geração de empregos


No programa Café com o Presidente desta segunda-feira (9/8), o presidente Lula fez uma breve análise das reuniões que teve ao longo da última semana com presidentes de outros países sulamericanos – seja na 39ª Cúpula do Mercosul, realizada em San Juan, na Argentina, ou em encontros bilaterais, e comentou também os mais recentes números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que mostram que o Brasil gerou mais de 1,7 milhão de novos postos de trabalho em 2009 – ano da crise financeira mundial. 

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Lula defende maior integração entre América do Sul e África


06 de agosto de 2010

Lula defende maior integração entre latino-americanos e africanos

EFE, Caracas,

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma maior integração da América Latina com a África, em encontro com o líder venezuelano, Hugo Chávez, hoje em Caracas.

“O potencial” de colaboração e desenvolvimento entre América Latina e África “é infinitamente superior à capacidade de imaginação que podemos ter desse potencial”, ressaltou Lula, na abertura da Mesa Presidencial Estratégica da Cúpula América do Sul-África (ASA), que se estenderá durante o fim de semana.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

China investe US$ 40 bi em petróleo e gás do Irã

TN Petróleo
02/08/2010

China investe US$ 40 bi em petróleo e gás do Irã

Segundo os acordos assinados entre os dois países, o investimento chinês em projetos de prospecção e extração de petróleo chegará a US$ 29 bilhões, enquanto os demais US$ 11 bilhões serão destinados a petroquímicas, refinarias, oleodutos e gasodutos.



sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lula deve defender no G20 a reforma do Conselho de Segurança da ONU

Agência Brasil

25/06/2010

Lula deve defender no G20 reforma do Conselho de Segurança da ONU

Renata Giraldi

Repórter da Agência Brasil


Brasília – Em defesa da justiça e da representatividade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve aproveitar as reuniões do G20 (grupo das maiores economias do mundo), no Canadá, para retomar a discussão sobre a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O formato do órgão é o mesmo do período pós-2ª Guerra Mundial. Recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que essa estrutura indicava uma  “situação escandalosa”. Com 65 anos, o Conselho de Segurança da ONU não sofreu alterações nesse período. 

Para o Brasil, a estrutura que define cinco países como membros permanentes e dez como rotativos não representa o século 21. Uma das propostas de mudança é que entre os integrantes permanentes fiquem dois países da Ásia, um da América Latina, outro do Leste Europeu e um da África.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

ONU pressiona Reino Unido e Argentina para negociar posse das Malvinas

Agência Brasil

 24/06/2010

ONU convoca Reino Unido e Argentina para negociar posse das Malvinas

Luiz Antônio Alves

Correspondente da Agência Brasil na Argentina

Buenos Aires - O Comitê de Descolonização da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou na tarde de hoje (24), por unanimidade, uma nova resolução convocando os governos do Reino Unido e da Argentina a recomeçar as negociações em busca de uma solução pacífica sobre a posse e a soberania das Ilhas Malvinas. Esta é a segunda vez que a ONU se manifesta sobre a disputa que envolve os dois países.

A primeira ocorreu em 1965, quando a organização aprovou a Resolução 2065, considerando a pendência um "assunto colonial". O Reino Unido nega-se a discutir a questão com o governo argentino. No último dia 9, em sua 40ª Assembleia Geral, realizada no Peru, a Organização dos Estados Americanos (OEA) também se manifestou sobre a pendência, aprovando declaração de apoio à Argentina na disputa com o Reino Unido. 

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Brasil vota contra novas sanções em respeito a acordo firmado com Turquia e Irã

Nota nº 355 do Ministério de Relações Exteriores

09/06/2010  

Intervenção e Explicação de Voto do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas

Em sessão realizada hoje, 9 de junho, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova York, a Representante Permanente do Brasil, Embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, pronunciou a seguinte explicação de voto ao projeto que resultou na Resolução 1929/2010, sobre o programa nuclear do Irã


(English original available after the version in Portuguese)



“Senhor Presidente,

O Brasil vota contra o projeto de resolução.

Ao fazê-lo, estamos honrando os propósitos que inspiraram nossos esforços que resultaram na Declaração de Teerã de 17 de maio.

Estamos votando contra por não vermos as sanções como instrumento eficaz neste caso. As sanções, muito provavelmente, levarão ao sofrimento do povo iraniano e serão usadas por aqueles que, em todos os lados, não desejam a prevalência do diálogo.

Experiências passadas nas Nações Unidas, em particular o caso do Iraque, mostram que a espiral de sanções, ameaças e isolamento pode trazer trágicas conseqüências.

Também votamos contra porque a adoção de sanções, a esta altura, vai de encontro aos bem-sucedidos esforços do Brasil e da Turquia para engajar o Irã em uma solução negociada para seu programa nuclear.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nota do Ministério de Relações Exteriores a respeito do ataque israelense a um comboio de ajuda humanitária

 
31/05/2010

Ataque israelense à “Flotilha da Liberdade”



Com choque e consternação, o Governo brasileiro recebeu a notícia do ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à Faixa de Gaza, do qual resultou a morte de mais de uma dezena de pessoas, além de ferimentos em outros integrantes.



O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário. O fato é agravado por ter ocorrido, segundo as informações disponíveis, em águas internacionais. O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do Direito Humanitário e do Direito Internacional como um todo.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.

Preocupa especialmente ao Governo brasileiro a notícia de que uma brasileira, Iara Lee, estava numa das embarcações que compunha a flotilha humanitária. O Ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira.

A Representante do Brasil junto à ONU foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a operação militar israelense.

O Embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do Governo Brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira.




http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/ataque-israelense-a-201cflotilha-da-liberdade201d

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ONU elogia Brasil e afirma que acordo nuclear do Irã pode ser importante para reduzir tensões internacionais

Agência Brasil

27/05/2010

ONU elogia Brasil e afirma que acordo nuclear do Irã pode ser importante para amenizar tensões

Nielmar Oliveira

Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - Na avaliação do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, o acordo para a troca de combustível nuclear assinado pelo Irã com a intermediação do Brasil e da Turquia pode vir a se tornar um passo importante para aliviar as tensões internacionais criadas a partir do avanço do programa nuclear iraniano.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Crise na Coréia: a política das disputas regionais e o aumento da tensão no Leste Asiático

 publicado no blog "Geografia & Geopolítica" em 25/05/2010


Tudo indica que a promessa feita pelo primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, eleito ano passado - de retirar algumas das mais importantes bases militares americanas instaladas no Japão -, será adiado por tempo indeterminado.

O crescimento da tensão entre as Coréias do Norte e do Sul, enfraquece sensivelmente a posição dos japoneses e sul-coreanos que defendem a retirada das bases dos EUA na região.

Esta crise pode ampliar velhas tensões entre China e EUA, inclusive em torno da questão do apoio dos Estados Unidos à independência da província chinesa de Taiwan. Taiwan, parte histórica da China, foi invadida e ocupada pelos Japoneses na Guerra Sino Japonesa de 1894-1895, no mesmo conflito em que os japoneses ocuparam a Coréia.

Os dois territórios ocupados pelos japoneses foram alvo de lutas durante a II Guerra Mundial, quando o Japão invadiu a China e travou seguidas batalhas contra os chineses por quase 15 anos (1931-1945), onde morreram cerca de 20 a 25 milhões de chineses. Antes mesmo de ser anunciada a derrota do Japão na II Guerra Mundial, a Coréia já estava dividida entre as áreas de ocupação dos EUA e da URSS.  Com a vitória da Revolução Comunista na China, em 1949, outro território que fora ocupado pelo Japão, Taiwan, passou a ser governada pelo grupo dos "nacionalistas", apoiados pelos EUA. A Guerra da Coréia (1950-1953) dividiu definitivamente o povo coreano, separado em dois Estados distintos até os dias atuais. Infelzimente, ainda hoje a Guerra da Coréia não acabou formalmente, tendo sido estabelecido apenas um cessar-fogo, mas nunca celbrado um acordo de paz. Ou seja, a Coréia do Norte ainda está "formalmente em guerra" com os EUA, na interpretação dos americanos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Integração regional: Brasil e Argentina farão satélite para monitorar oceanos

Inovação Tecnológica

10/05/2010

Brasil e Argentina farão satélite para monitorar oceanos

Informações da AEB  

A Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT) e a Comisión Nacional de Actividades Espaciales (Conae), da Argentina, desenvolverão, em conjunto, o satélite "Sabia-Mar", destinado à observação global dos oceanos e ao monitoramento do Atlântico nas proximidades do Brasil e da Argentina.

Sul-Sul

Com o Sabia-Mar será possível observar a cor dos oceanos, monitorar a exploração petrolífera, gerenciar as zonas costeiras e contribuir com a atividade pesqueira, entre outras aplicações.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Seminário "África do Sul: Mitos e Realidades"


Seminário "África do Sul: Mitos e Realidades"


20 e 21 de maio de 2010

Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas - Campus Centro – UFRGS


Programação

20 de maio (quinta-feira)

18h30: Sessão de Abertura
Prof. Dr. Carlos Alexandre Netto (Reitor da UFRGS)
Prof. Dr. Paulo Fagundes Visentini (Coordenador do CESUL)
Prof. Esp. Luiz Dario Teixeira Ribeiro (Coordenador do NERINT)

19h: Painel “Os fundamentos da história sul-africana”
Prof. Esp. Luiz Dario Teixeira Ribeiro (UFRGS)

Exibição do Filme “Infância roubada (Tsotsi)”


21 de maio (sexta-feira)

10h: Painel “A sociedade sul-africana em transformação”
Prof. Drª. Jo-Ansie van Wyk (UNISA, África do Sul)
Prof. Drª. Analúcia Danilevicz (FAPA/ESPM)

14h: Painel “Diplomacia e segurança na região africana”
Prof. Dr. Marco Aurélio Cepik (UFRGS)
Prof. Dr. Francis Kornegay (IGD, África do Sul)

16h: Painel “A África do Sul, o Brasil e o IBAS”
Prof. Dr. Pio Penna Filho (USP)
Prof. Dr. Paulo Fagundes Visentini (UFRGS)


Inscrições: pelo -email nerint@ufrgs. br - custo de R$5,00 (certificado de 10h/a)
Informações: 51 3308 7150

Promoção: CESUL-UFRGS e NERINT



http://www6.ufrgs.br/nerint/php/noticias.php?idn=40&lang=br

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Comércio entre Brasil e Argentina tem forte recuperação

Agência Brasil

03/05/2010

Comércio entre Brasil e Argentina tem forte recuperação

Stênio Ribeiro

Repórter da Agência Brasil


Brasília – O Brasil ampliou as vendas para os principais blocos econômicos, no mês de abril, exceto para a África, onde as exportações brasileiras caíram 32% em relação ao mesmo mês de 2009. Mas, o que mais chamou a atenção do secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, foi o aumento das vendas em 61,4% para os países do Mercosul, puxadas, principalmente, pela Argentina.

Do total de US$ 1,65 bilhão que os exportadores brasileiros venderam para o Mercosul, US$ 1,298 bilhão foram para a Argentina. Ele lembrou que em abril de 2009 a venda de nossos produtos para o mercado argentino somaram só US$ 824 milhões.

O secretário destacou que tem havido “boa recuperação da capacidade de compra” dos Estados Unidos, do México e da Argentina, notadamente em relação a automóveis e autopeças. Mas ressaltou que o preço médio desses produtos não tem subido de forma equilibrada, pois as exportações “aumentaram em quantidade, mas caíram de preço”.

No cômputo geral da América Latina e do Caribe, a absorção de produtos brasileiros é surpreendente, de acordo com Barral, mesmo considerando-se que abril do ano passado foi uma base muito fraca, por causa dos efeitos da crise financeira mundial. O Brasil vendeu US$ 3,632 bilhões para o bloco, no mês passado, um crescimento de 55,3% em relação aos US$ 2,338 bilhões em abril de 2009.

Barral está otimista também quanto ao crescimento das vendas brasileiras para os Estados Unidos. O mercado norte-americano comprou US$ 1,623 bilhão em abril deste ano, contra US$ 1,340 bilhão em igual mês de 2009. O aumento de 21,1% sinaliza, segundo ele, "uma retomada da recuperação do comércio bilateral”, e antecipou, inclusive, que amanhã terá uma reunião técnica com funcionários do governo dos Estados Unidos para dar mais fluidez de negócios.

O secretário disse que a China continua como nosso maior comprador. No mês passado comprou US$ 2,53 bilhões, um aumento de 13,4% na comparação com abril de 2009. Destacou, porém, que parte significativa da diferença se refere à aquisição de soja brasileira, recentemente colhida. Além de China, os Estados Unidos, a Argentina, os Países Baixos e a Alemanha foram outros grandes compradores de produtos brasileiros.

Os principais destaques de nossas exportações, de acordo com Barral, foram os produtos básicos e semimanufaturados, que registraram valores recordes para meses de abril, alcançando as cifras de US$ 7,017 bilhões (+25,4% sobre abril de 2009) e de US$ 1,919 bilhão (+33,8%) respectivamente. As exportações de produtos manufaturados também tiveram bom desempenho no mês ao somarem US$ 5,947 bilhões (+18%).

Quanto às importações, o secretário destacou que as compras brasileiras de combustíveis e lubrificantes cresceram 173,3% na mesma base de comparação, principalmente por causa do aumento do preço internacional do petróleo, além do aumento de preço e da quantidade usada de óleo diesel, gás natural e carvão. As importações de matérias primas e intermediárias também aumentaram 65,1%, bens de consumo cresceram 49,9% e bens de capital mais 18,9%.

Os nossos maiores fornecedores foram os Estados Unidos (US$ 2,011 bilhões), a China (US$ 1,662 bilhão), a Argentina (US$ 1,162 bilhão), a Alemanha (US$ 899 milhões) e a Nigéria (US$ 694 milhões).


Edição: Rivadavia Severo


sexta-feira, 16 de abril de 2010

IBAS: Brasil, Índia e África do Sul desenvolverão dois satélites artificiais

Inovação Tecnológica


16/04/2010

Brasil, Índia e África do Sul desenvolverão dois satélites artificiais

MCT

Estudos climáticos e agrícolas

Brasil, Índia e África do Sul assinaram, em Brasília, um acordo de cooperação para o desenvolvimento de dois satélites artificiais.

Segundo o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os equipamentos serão utilizados em estudos climáticos e agrícolas dos três países.

"Esse é mais um de diversos acordos trilaterais assinados entre os países do IBAS (Índia, Brasil e África do Sul). Esses satélites são importantes para reforçarmos o trabalho dos centros espaciais", destacou.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Conferência Internacional: "Mercosul e União Europeia: integração e desenvolvimento"

Conferência Internacional:
"Mercosul e União Europeia: integração e desenvolvimento"





A economia e as finanças mundiais estão cada vez mais interdependentes. As movimentações financeiras e as políticas econômicas repercutem no ambiente internacional, gerando depressão ou satisfação econômica nas populações. É a partir do reconhecimento dessa realidade que o Estado precisa traçar políticas de desenvolvimento.



Para refletir sobre esses aspectos da economia e da integração, o Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) traz a Porto Alegre personalidade de diferentes áreas diretamente envolvidas com o tema em pauta: Sr. Francisco Luzón (Vice-presidente mundial do Grupo Santander), Sr. Marco Aurelio Ruediger (Sociólogo da Fundação Getúlio Vargas) e o Sr. Paulo Fagundes Visentini (Coordenador do CEGOV), mediador dessa Conferência.



A Conferência Internacional "Mercosul e União Europeia: integração e desenvolvimento" será realizada no dia 15 de abril, às 19 horas, no Hotel Embaixador (R. Jerônimo Coelho, 354 - Porto Alegre - RS).



51 3308 9860 - 33083272

 
 
 

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Seminário Sino-Brasileiro

 I SEMINÁRIO SINO-BRASILEIRO: Desenvolvimento Econômico e Segurança Internacional





Segunda-Feira - 12 de abril

10:00 - 12:00 - Painel de Abertura

Dr. Carlos Alexandre Netto (Reitor da UFRGS)
Sr. Li Baojun (Cônsul Geral da China no Brasil)
Sr. Samuel Pinheiro Guimarães (Ministro de Estado, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Republica)
Dr. Paulo Vizentini (Professor Titular de Relacoes Internacionais da UFRGS)

14:00 – 17:00
– Integração e Desenvolvimento: China e Brasil

Coordenador: Professor Luiz Dario Ribeiro (Coordenador do NERINT)
Participantes:
Dr. Matt Ferchen (Universidade Tsinghua),
Dr. Javier Vadell (PUC-MG),
Dr. André Cunha (UFRGS),
Dr. Severino Bezerra Cabral Filho (IBECAP-RJ).






Terça-feira - 13 de abril

09:00 – 12:00
- Segurança Internacional e Forcas Armadas: China e Brasil

Coordenador: Dr. André Reis da Silva (UFRGS)
Participantes:
Dra. Luo Tianhong (Universidade Renmin),
Dr. Antonio Jorge Ramalho da Rocha (UnB),
Dr. Marco Cepik (UFRGS),
Dr. José Miguel Martins (NERINT).

14:00 – 17:00
– Agenda para a Cooperação Acadêmica Sino-Brasileira

Coordenador: Dr. Marco Cepik (UFRGS)
Participantes:
Dr. Matt Ferchen (Universidade Tsinghua),
Dr. Luo Tianhong (Universidade Renmin),
Dr. Paulo Vizentini (UFRGS),
Dr. Severino Bezerra Cabral Filho (IBECAP-RJ).



Local
Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas (FCE) - Campus Centro/UFRGS

Inscrições gratuitas: enviar o número do cartão da UFRGS e nome completo (para alunos da UFRGS) ou nome completo, RG e nome da mãe para o e-mail: seminariosinobrasileiro@gmail.com

Para certificados PROREXT, custo de R$5,00.


http://www6.ufrgs.br/nerint/php/noticias.php?idp=1&lang=br

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ciclo de Palestras no Clube de Cultura de Porto Alegre: Imperialismo dos EUA

 Ciclo de Palestras sobre o Imperialismo Estadunidense






05/04/2010 – 2ª feira

“AS ORIGENS HISTÓRICAS DO IMPERIALISMO DOS ESTADOS UNIDOS”
Fábio Catani
Prof. História

“OS ESTADOS UNIDOS E A GUERRA DA CORÉIA”
José Miguel Martins
Dr. Ciência Política



07/04/2010 – 4ª feira

“A INFLUÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS NO PADRÃO DE CONSUMO NO BRASIL APÓS A II GUERRA MUNDIAL”
Ricardo Fitz
Prof. História FAPA

“A INFLUÊNCIA MILITAR ESTADUNIDENSE NO MILITARISMO BRASILEIRO”
Nilo Piana de Castro
Prof. História Colégio Aplicação



08/04/2010 – 5ª feira

“RELAÇÃO CUBA – ESTADOS UNIDOS: DA GUERRA FRIA AOS DIAS ATUAIS”
Regina Curtis
Prof.a. História ULBRA

“O PODER DOS EUA NA ÉPOCA DA GUERRA FRIA”
Luíz Dario Ribeiro
Prof. História UFRGS



13/04/2010 – 3ª feira

“AMÉRICA LATINA (1950-2010): O FANTASMA DA PENTAGONIZAÇÃO”
Enrique Padrós
Prof. História UFRGS

“A ECONOMIA DOS ESTADOS UNIDOS NOS ÚLTIMOS 60 ANOS: TRANSFORMAÇÃO E CRISE”
Eduardo Maldonado Filho
Prof. Economia UFRGS



14/04/2010 – 4ª feira

“A ENERGIA ATÔMICA E OS DESAFIOS DO FUTURO”
César Augusto Zen Vasconcellos
Prof. Física UFRGS

“ENERGIAS ALTERNATIVAS E BIOCOMBUSTÍVEIS NOS EUA E NO BRASIL”
Lucas Kerr de Oliveira
Mestre em Relações Internacionais




Clube de Cultura de Porto Alegre - 60 anos
Rua Ramiro Barcelos, n. 1853, Bomfim, Porto Alegre, RS.



sexta-feira, 26 de março de 2010

O Brasil como mediador da paz no Oriente Médio

Mundorama

24/03/2010

O Brasil como mediador da paz no Oriente Médio
André Luiz Reis da Silva   &   Bruna Kunrath

 
http://mundorama.net/

Historicamente, o Oriente Médio significou uma das áreas de baixa prioridade da diplomacia brasileira, embora tenha experimentado momentos de forte aproximação dos anos 1970 até o início dos anos 1990. Entretanto, desde o fim da Guerra Fria, a política externa brasileira para o Oriente Médio havia sofrido um recuo, que foi alterado somente na virada do milênio, articulada com a construção de um novo modelo de inserção internacional.

Neste contexto, seguindo a concepção de política externa concebida em 2003, o presidente Lula visitou o Oriente Médio entre os dias 14 e 17 de março de 2010, realizando as inéditas visitas aos Estados de Israel, Jordânia e à Cisjordânia, esta controlada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP). Tais eventos fazem parte das diretrizes do governo Lula de estreitamento das relações diplomáticas com países de todos os continentes, que se pode chamar de concepção universalista, bem como da tentativa de inserção autônoma e soberana no sistema internacional, destacando a presença do Brasil no equilíbrio de poder global – como potência média – e a construção de um mundo multipolar.

A principal motivação das visitas de Lula aos países do Oriente Médio reside na esfera política. A diplomacia brasileira tenta lançar o país como um mediador do conflito entre Israel e Palestina, promovendo um papel ativo na busca pela intensificação do diálogo de paz da região. Com isso, ganha visibilidade no cenário internacional, com a qual espera aumentar sua chance de disputar uma vaga de membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Assim, uma aproximação que ao longo da década se deu mais no plano econômico, com o estreitamento do intercâmbio com os países da região, adquire uma ênfase mais política, percebida desde as visitas feitas ao Brasil pelos presidentes de Israel, Irã e ANP em dezembro de 2009.

A viagem da comitiva de Lula, que agrupou ministros e empresários, esteve em Israel em momento conturbado, dada a declaração do Estado israelense de que implantaria 1,6 mil assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, território palestino. A declaração causou forte desaprovação da comunidade internacional, até mesmo do principal aliado histórico de Israel, os EUA. Tal conjuntura, por outro lado, deu respaldo ao presidente Lula, que, além de declarar ao presidente israelense, Shimon Peres, que o diálogo de paz tinha que ser reiniciado, condenou os assentamentos judaicos, vistos como um atravancamento ao processo de pacificação da região.

A primeira visita de um presidente brasileiro a Israel é fundamental para a manutenção de boas relações diplomáticas entre o Brasil e este país, o qual possui claros atritos com o Irã. Em uma de suas ações que demonstram a autonomia do Brasil em relação à posição dos países centrais, principalmente dos EUA, o governo Lula recebeu o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em dezembro do ano passado, apoiando sua pesquisa nuclear para fins pacíficos e dando certo respaldo à sua controvertida eleição. A passagem de Lula por Israel, que passou pela visita ao Museu do Holocausto, mostra o desacordo do Brasil com as declarações de Ahmadinejad de que o genocídio judeu não ocorreu. Assim, apesar de o chanceler israelense não ter recebido a comitiva brasileira, a visita de Lula foi positiva para estreitar as relações entre os dois países. Israel tem a intenção de destinar US$ 1 bilhão para apoiar exportações e investimentos israelenses ao Brasil.

Seguindo para a Cisjordânia, o presidente Lula aumentou o teor de críticas às ações de Israel que prejudicam o entendimento com a Palestina. Em Ramallah, defendeu a necessidade urgente de se criar um Estado palestino independente. Além disso, criticou a ocupação israelense dos territórios palestinos, bem como o embargo imposto por Israel juntamente com os EUA, desde 2006, à Palestina. O presidente também se mostrou a favor da derrubada do muro israelense que perpassa Cisjordânia e Faixa de Gaza. Ainda, foi incentivado o diálogo entre as facções palestinas rivais, Fatah e Hamas, que respectivamente controlam Cisjordânia e Faixa de Gaza. Uma forma de ampliar o diálogo para a paz seria, justamente, ouvir as demandas de outras partes envolvidas na questão, como os dirigentes do Hamas – rotulado como grupo terrorista por Israel e EUA.

A última parada de Lula foi na Jordânia, onde o presidente analisou com rei Abdullah II meios para que as negociações pela paz sejam retomadas entre Israel e Palestina. Na ocasião da visita, o presidente brasileiro declarou que é necessário maior engajamento da ONU para a estabilização do Oriente Médio. Para Lula, a organização deveria se empenhar na pacificação da região, tanto quanto se engajou na criação do Estado de Israel. Nesse ínterim, levantou-se a bandeira da ampliação da representatividade dos órgãos das Nações Unidas, que seria o grande obstáculo para sua maior eficácia e capacidade política.

Ainda na Jordânia, houve reunião das delegações dos dois países para o estreitamento das relações econômicas, principalmente nos setores de energias renováveis, indústria, água e agricultura e cooperação bilateral. Por fim, o presidente Lula enviou o chanceler Celso Amorim à Síria para que levasse um convite ao presidente Bashar Assad para visitar o Brasil, pois percebe-se o grande papel que a Síria representa no processo de paz da Terra Santa.

A visita do presidente Lula ao Oriente Médio foi positiva, na medida em que o diálogo com os países envolvidos no conflito entre Israel e Palestina foi possível, sendo o Brasil bem aceito como possível mediador dos diálogos de paz. O respaldo dado à iniciativa brasileira pela Jordânia, país diretamente envolvido no conflito, dada sua posição fronteiriça com a Terra Santa, é de vital importância para o sucesso dessa nova empreitada da política externa brasileira. O Oriente Médio representa um dos pontos fracos da ONU, principalmente de seu Conselho de Segurança, na medida em que esta não conseguiu dar fim aos conflitos na região em mais de sessenta anos. O Brasil encontra uma margem de manobra para se lançar como uma grande player no novo cenário multipolar, defendendo a solução de conflitos internacionais em esferas multilaterais, mas somente se estas garantirem uma maior participação dos países em desenvolvimento.

O Brasil, com sua declarada e historicamente observada disposição para resolver conflitos pelo diálogo, pode representar um elemento novo para a pacificação da Terra Santa. De fato, conciliando uma relação amistosa e autônoma com todos os países envolvidos, o Brasil pode ter uma atuação destacada como mediador em uma região saturada pela violência e pelas tentativas de solução militar. Assim, a atuação brasileira no Oriente Médio está articulada com as diretrizes que o governo Lula delineou em 2003: expandir as relações diplomáticas pelo mundo, buscando novas formas de cooperação, de forma a reduzir as vulnerabilidades externas, e lutando pela ampliação do poder de influência brasileiro na política internacional.

André Luiz Reis da Silva é  Professor Adjunto de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e Pesquisador do Núcleo de Estratégia e Relações Internacionais – Nerint da mesma universidade, com apoio da FAPERGS e do CNPq. (reisdasilva@hotmail.com).

Bruna Kunrath é Graduanda de Relações Internacionais da da Universidade Federal do Rio Grande do Sul  - UFRGS e Bolsista de IC/CNPq do Núcleo de Estratégia e Relações Internacionais – Nerint da mesma universidade. (brunakunrath@hotmail.com).

sábado, 20 de março de 2010

Presidente Lula no Oriente Médio: Israel e Palestina

Entrevista com o Ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim

(março/2010)

"O Brasil inspira confiança no mundo" 





PRESIDENTE LULA DEFENDE ESTADO PALESTINO NO PARLAMENTO ISRAELENSE.

 

 

"A solução dos conflitos no Oriente Médio" (março/2010)



 

 

 

Discurso do Presidente Lula em novembro de 2009:

"Não haverá paz no Oriente Médio sem concessões difíceis"

 


Presidente Lula afirma que é preciso diálogo para estabelecer a paz no Oriente Médio (nov/2009)


Entrevista do Chanceler Celso Amorim à CNN em Espanhol

sexta-feira, 19 de março de 2010

Política Externa: Ministro de Relações Exteriores Celso Amorim fala sobre a Política Externa do brasil nos últimos 7 anos

O Ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, explica o sucesso da Política Externa brasileira na primeira década dos anos 2000























Programa "7 anos em 7 minutos" da TVNBR. 
Destaque para a Estratégia brasileira de intensificar os laços de cooperação Sul-Sul, principalmente voltado para a integração regional sul-americana. Destaque também dado à relação com o continente africano, países árabes, o IBAS e os países do BRIC.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Parlamento do Mercosul rejeita a exploração de petróleo por parte do Reino Unido nas Ilhas Malvinas


Parlamento do Mercosul

Informação institucional

08/03/2010

PARLASUL rejeita a exploração de hidrocarbonetos por parte do Reino Unido nas Ilhas Malvinas


Ilhas Malvinas
O Parlamento do MERCOSUL aprovou por unanimidade, uma Declaração rejeitando a decisão unilateral do Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte de pretender autorizar a exploração e extração de hidrocarbonetos em áreas da plataforma continental circundante às Ilhas Malvinas.       
              
A Proposta de Declaração chegou à XXII Sessão Plenária do PARLASUL com a assinatura do Presidente do PARLASUL José Pampuro, dos Parlamentares Adolfo Rodríguez Saá, Guillermo Jenefes, Elida Vigo, Arturo Vera, Oscar Castillo, Fabio Biancalani, José Mayans, Mariano West, Juan Manuel Irazábal, Ruperto Godoy e Agustín Rossi.

Ademais, o Parlamento do MERCOSUL, manifestou no texto aprovado sua decisão de instar ao Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte a cessar de imediato, esta ou qualquer outra ação unilateral similar.

Por último, afirmou a necessidade de que todos os países irmãos da região acompanhem a República Argentina, adotando medidas tendentes a não cooperar com as tarefas de exploração e extração, anunciadas pelas empresas britânicas.

Nas considerações da Declaração se destaca que, tal como o expressa o Protocolo, o Parlamento do MERCOSUL é um Organismo Internacional de representação dos cidadãos do bloco. Assim mesmo se reafirma que a República Argentina recebeu o apoio incondicional de todos os Estados Partes e Associados do bloco em seus reclamos de soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul, Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes.

O texto da Proposta aprovada foi defendido no Plenário pelo Parlamentar argentino Ruperto Godoy, quem agradeceu as palavras de seus colegas durante a “Hora Prévia”, principalmente a dos brasileiros Inácio Arruda e Pedro Simón.

Recordou Godoy as duas Resoluções da Organização de Nações Unidas (ONU), sendo que uma delas chamava os dois países envolvidos a dialogar para buscar uma solução pacífica e duradoura. A outra resolução insta às duas Partes a se abster a adotar decisões que envolvem modificações unilaterais da situação, entretanto, esta última é flagrantemente violada com as recentes decisões de Reino Unido.

O Parlamentar uruguaio Doreen Ibarra apoiou a proposta e lembrou a declaração feita pelo Grupo do Rio no México, para que recomecem as negociações de conformidade com as Resoluções da ONU.

Por último, o Parlamentar Eric Salum falou em nome da representação paraguaia, e qualificou a atitude do Reino Unido como “imperialista e colonialista”.

Logo de aprovada a Declaração, os Parlamentares argentinos Mariano West e Ruperto Godoy conversaram em exclusiva com nossa Secretaria. Os Parlamentares informaram que Argentina poderá tomar ações ativas sobre o caso dos hidrocarbonetos, como por exemplo, a aplicação de um Decreto através do qual os navios que transitam desde a plataforma continental a qualquer porto argentino, necessitarão de uma permissão especial. Ademais, Godoy advertiu que as empresas que têm pensado em atuar no processo de exploração e extração comercial de hidrocarbonetos, estarão incorrendo em atos ilegais e podem ser passíveis de sanção pelo Estado Argentino. 

Por sua, parte o Parlamentar Mariano West remarcou o apoio do PARLASUL e do Grupo do Rio, à Argentina que se manterá firme na exigência que as Nações Unidas façam respeitar e cumprir as decisões adotadas em seu seio. A respeito da sanção às empresas que colaborem nas explorações nas Ilhas Malvinas, o Parlamentar afirmou que a mesma, se justificaria plenamente, uma vez que as mencionadas empresas estariam incorrendo em atos ilegais e contra o Direito Internacional.


http://www.parlamentodelmercosur.org/portugues_noticia_home.asp?i=0&id=542

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Petróleo nas Malvinas aumenta tensão entre Argentina e Inglaterra em meio às mudanças na Geopolítica do Atlântico Sul

Diário do Pré-Sal

18/02/2010

Petróleo nas Malvinas aumenta tensão entre Argentina e Inglaterra em meio às mudanças na Geopolítica do Atlântico Sul

Lucas Kerr de Oliveira

 

A atual crise nas Malvinas é apenas mais um capítulo de uma longa disputa entre Argentina e Inglaterra pela posse destas ilhas de  localização estratégica e com recursos petrolíferos ainda por serem mapeados.
A disputa remonta ao século XIX, quando a Inglaterra invadiu e anexou as ilhas. A Inglaterra já era a maior potência navaldo mundo e considerava as ilhas importantes como base para sua marinha de guerra, pois sua localização permitia vigiar facilmente a passagem do Atlântico para o Pacífico, entre  a América do Sul e a Antártida.
A utilidade da ilha foi comprovada durante a I Guerra Mundial, quando deu grande vantagem à Royal Navy da inglaterra, na luta contra Kaiserliche Marine, a marinha imperial da Alemanha, o que ficou conhecido como "Batalha das Falklands", em dezembro de 1914.
Posteriormente a posse das Malvinas e outras ilhas do Atlântico Sul serviriam para legitimar reivindicações territoriais do Reino Unido sobre territórios na Antártida, que foram suspensas (ao menos por enquanto) pelo Tratado da Antártida de 1959.
Assim, para a Inglaterra, manter a posse das ilhas significava (e talvez ainda tenha este significado), a perspectiva futura de voltar a reivindicar territórios na Antártida quando a vigência do tratado se encerrar, e possivelmente, este continente puder vir a ser ocupado para fins econômicos.
Não bastassem estes aspectos estratégicos, somaram-se fortes interesses econômicos pela posse de uma grande área de 200 milhas no entorno das ilhas, o mar patrimonial ou Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Nesta área a Inglaterra tem exclusividade para a exploração de recursos naturais como a pesca, o turismo ou a extração de petróleo e gás natural.
Esta perspectiva se ampliou nos anos 1970, quando foram encontrados os primeiros indícios de petróleo na região. Entretanto, ainda eram reservas petrolíferas de difícil acesso, e o preço do barril do petróleo no iníciodos anos 1970 não passava dos US$ 2,00 ou 3,00. Duas crises do petróleo nos anos 1970 mudaram rapidamente este quadro.
A conjuntura da  Guerra das Malvinas em 1982
A Guerra das Malvinas, em 1982, ocorreu após quase uma década de crise petrolífera mundial, quando o mundo sofrera as consequências da crise petrolífera de 1973 e voltara a sentir os duros efeitos do aumento repentino do preço do petróleo, após a crise de 1979-1980, resultante da Revolução no Irã (1979) e da subsequente eclosão da Guerra Irã-Iraque (1980).  Os preços do barril tiveram um pico de mais de US$ 40,00 em 1981-1982, circundavam a faixa dos US$ 30,00/barril.
Isto contribuiu para que a Inglaterra decidisse travar uma guerra de grandes proporções com a Argentina, deslocando cruzadores, porta-aviões, bombardeiros estratégicos, submarinos nucleares  e milhares de soldados para o Atlântico Sul.  
Margareth Tatcher teria, inclusive, ordenado o deslocamento de armas nucleares táticas para o cenário da conflagração. Como as armas nucleares inglesas eram na prática americanas, ficou subentendida a aprovação dos EUA, que na pior das hipóteses fizeram "vista grossa". A Inglaterra havia argumentado que deslocava estas armas para o Atlântico Sul porque não sabia se a Argentina também não tinha armas nucleares, já que tinha um programa nuclear secreto.
A União Européia, na época Mercado Comum Europeu, iniciou um embargo à Argentina, que incluiu tanto importação de produtos argentinos como carne e trigo, como a exportação de determinados produtos, como armas, à Argentina.
Consequências da  Guerra das Malvinas e a conjuntura dos anos 1980 e 1990
As consequências imediatas da guerra todos conhecemos e são sempre lembradas pela mídia: acelerou o declínio da ditadura militar na Argentina, que colapsou em seguida.
Além disso, o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) passou a ser considerado "letra morta" por muitos países latino-americanos, pois os Estados Unidos deixara claro que um membro da OTAN era muito mais importante do que um membro do TIAR. Entretando as consequências foram ainda mais profundas, para o bem e para o mal.
O receio de que os países da região se tornassem alvo das potências nucleares também mobilizou esforços da parte da diplomacia brasileira em favor da criação da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, visando declarar o Atlântico Sul uma zona desnuclearizada.
O principal resultado positivo da guerra foi a aproximação entre Brasil e Argentina, Com o embargo europeu aos produtos argentinos o Brasil passou a comprar grandes quantidades de  carne, trigo e outros produtos produzidos por aquele país. O processo de aproximação  resultou em um acordo nuclear bilateral, para fins pacíficos; passo fundamental para acabar com as desconfianças mútuas no plano político-militar. Este tratado foi seguido de uma série de tratados bilaterais no período dos Presidentes Sarney e Alfonsín, que resultaram na criação do Mercosul.
Entretanto, na sequência o acordo de cooperação nuclear para fins pacíficos entre Brasil e Argentina foi relegado ao segundo plano e nunca foi criada uma empresa binacional de energia atômica.
Sem cooperação de verdade, os dois países continuaram relativamente dependentes de tecnologias estrangeiras de alto custo para a manutenção de suas usinas ou para a construção de novas usinas.
Na prática os programas nucleares da Argentina e do Brasil foram paralisados nos anos 1990 devido ao corte de verbas para a área militar, durante os governos neoliberais. Isto significou o fechamento ou atraso no desenvolvimento de uma série de tecnologias estratégicas de uso dual, como a nuclear e aeroespacial.  Como parte deste processo, nos anos 1980 a 1990, a indústria de defesa dos dois países foi desmontada, o que colaborou para encerrar todo um ciclo de desenvolvimento tecnológico autônomo que os dois países vinham tentando desenvolver ao longo do século XX.

http://cristovam.org.br/blog/wp-content/uploads/image/Mercosul.jpg
No auge do neoliberalismo dos anos 1990, muitos defenderam que o Brasil não precisaria mais ter forças armadas, pois o mundo pós-Guerra Fria seria pacífico e o país não teria inimigos. No maximo , diziam, o país deveria manter uma parte do exército, mas apenas para usar como força de polícia especial, de forma esporádica ou ocasional, como, por exemplo, para ocupar favelas no Rio de Janeiro. O resultado foi que muitos aceitaram este discurso e o país "desmontou" grande parte da sua capacidade defensiva, acreditando em um período de "paz e prosperidade" sob a hegemonia dos EUA.

O Brasil em tempos de pré-sal, a geopolítica do petróleo e o futuro da nação
Entretanto, o mundo mudou rapidamente, e o Brasil mais uma vez saiu perdendo. O Sistema Internacional tem se mostrado progressivamente instável, especialmente nas zonas petrolíferas, onde uma infinidade de conflitos armados, guerras civis ou guerras de ocupação proto-colonial, como no Iraque, mostram-se a regra, e não a excessão.
A descoberta de gigantescas reservas de petróleo na camada pré-sal do litoral brasileiro, simplesmente pode atrair a cobiça internacional sobre as riquezas brasileiras em uma escala como nunca se viu antes. Há projeções que falam em mais de 100 bilhões de barris de petróleo no pré-sal, o que significa algo como um Kuwait ou um Iraque no nosso litoral. Por si só, isto já seria suficiente para modificar a geopolítica do Atlântico Sul. Não é difícil imaginar o que poderá acontecer se novas descobertas deste tipo, forem feitas em formações geológicas semelhantes ao nosso pré-sal (bacias petrolíferas abaixo de camadas de rochas salinas), em outros locais do Atlântico Sul, tanto no litoral da América do Sul, como da África.
Isto é mais um motivo que nos ajuda a entender porque o Brasil simplesmente não pode esperar que o mundo se torne mais pacífico em um futuro próximo. Menos ainda acreditando que isto faria da América do Sul e do Atlântico Sul regiões mais pacíficas.
Ao contrário, com o esgotamento das reservas petrolíferas mais antigas e de mais fácil acesso - o  fim do petróleo barato -, e o aumento da demanda energética dos países emergentes, a perspectiva da escassez petrolífera torna-se sobria para um futuro não tão distante, como 2020 ou 2030.
Afinal, quem pode garantir que em 2025, uma potência emergente qualquer, alegando razões de Segurança Energética ou de Segurança Nacional, resolva de uma hora para outra, que precisa das enormes reservas de petróleo do pré-sal brasileiro a qualquer custo? Basta projetar uma situação meramente hipotética, para imaginarmos o que significaria para o Brasil uma ameaça vinda de uma potência emergente.
Imaginemos, por exemplo, um país como a India, que hoje já tem armas nucleares, e que, neste caso hipotético,  poderá ter em 2025 ou 2030 uma grande marinha de guerra, com porta-aviões e submarinos lançadores de mísseis nucleares. Apenas para ilustrar este exemplo fictício, segundo algumas projeções, em 2025 a India terá quase 1,5 bilhão de habitantes, possivelmente o 5o ou 6o PIB mundial e vai depender ainda mais do que hoje de petróleo e gás importado. Possivelmente  estará importando algo em torno de 90% do petróleo que consume. Sob certas circunstâncias, um chefe de Estado indiano, por exemplo, de um partido radical fundamentalista hindu, ficaria muito tentado a dizer que recebeu instruções de qualquer um dos mais de 5 mil deuses do país, para exigir o petróleo brasileiro para o seu país , pois afinal de contas, está no mar.
Com certeza, em 2025, o Brasil será rico em petróleo, mas não temos como saber se terá capacidade de defesa contra uma ameaça de tal natureza. O grande problema é que não é possível prever o que acontecerá em 2020, 2025, ou 2030, quando qualquer uma das grandes potências mundiais de então, poderá ter capacidade militar para ameaçar o Brasil e  pode querer se aventurar na tentativa de tomar nossas riquezas, como as grandes reservas de água, a Amazônia ou o petróleo do pré-sal.
O problema é que se o Brasil não possuir uma capacidade defensiva minimamente compatível com a necessidade de garantir sua soberania e o bem estar do seu povo, poderá se tornar presa fácil das pressões e chantagens das grandes potências. Isto porque não é necessário nem ao menos uma invasão do território continental para causar grandes danos ao país, o simples ataque à infra-estrutura petrolífera em alto-mar já seria catastrófico, e há exemplos históricos deste tipo de acontecimento que não pode ser ignorados.
Embora esse seja um cenário poco provável, sabemos que a Inglaterra foi à guerra  para preservar o controle de uma reserva petrolífera em alto mar, no caso as Malvinas, cujo volume de petróleo não se sabe ao certo até hoje. O que isto poderá significar para os países do sulamericanos e africanos que têm reservas sabidamente gigantes de petróleo em alto?

A geopolítica do Pré-Sal e o futuro da integração sul-americana
Contudo, com o aprofundamento da integração regional no âmbito da Mercosul e da UNASUL, é possível esperar que a cooperação Brasil-Argentina em áreas estratégicas seja retomada em larga escala. A retomada da cooperação nuclear e a criação de um programa espacial conjunto, seriam iniciativas fundamentais para alavancar o desenvolvimento tecnológico dos países que hoje formam o núcleo da integração sul-americana.
É preciso avançar na cooperação tecnológica. Iniciativas como a construção de um  submarino brasileiro-argentino, poderiam permitir a fabricação em escala, que continua necessária para baratear este tipo de equipamento tão vital para a defesa do litoral de ambos os países.
O mesmo seria válido para a cooperação na fabricação de aeronaves, tripuladas ou não, ou  de mísseis  anti-navio, que seriam de valor absolutamente estratégico para os dois países. Isto ajudaria a integrar as indústrias de alta tecnologia dos dois países, fortalecendo ainda mais o processo de integração sul-americana.
A cooperação no ramo petrolífero também é fundamental. É preciso criar uma nova empresa petrolífera sul-americana, que permita a essses países se beneficiarem da economia de escala da produção para para o mercado sulamericano, ao mesmo tempo em que viabiliza uma escala de investimentos ainda maior, que nenhum destes países conseguiria sozinho.
Isto pode permitir ampliar também a integração da indústria naval destes países, assim como as cadeias produtivas ligadas ao fornecimento de bens e serviços ao setores petrolífero e energético,  gerando ainda mais empregos na região.
Uma nova empresa petrolífera sul-americana poderia garantir que os equipamentos, navios e plataformas tivessem peças fabricadas em diferentes países da América do Sul. Também permitiria consolidar a liderança destes países na exploração e extração de petróleo em águas ultra-profundas, com foco no Atlântico Sul. Esta capacidade industrial-tecnológica daria grande vantagem competitiva ao conjunto desses países, mas também facilitaria a manutenção da soberania sobre as áreas petrolíferas localizadas em alto mar. Hoje a única empresa sul-americana competitiva neste ramo é a Petrobrás, que já está  procurando áreas do tipo pré-sal no litoral africano.
http://www.getech.com/interpretation/South_Atlantic_Margins_Brochure_A4.pdf
Por enquanto é difícil saber se a camada de rochas do tipo pré-sal da região das Malvinas  tem potencial petrolífero.  Mas mesmo que não tenha petróleo no pré-sal, as reservas já encontradas na camada pós-sal parecem ser grandes o suficiente para interessar a um país como a Inglaterra, que já esgotou quase todo o seu próprio petróleo , extraído das outrora grandes reservas do Mar do Norte.
A Argentina sozinha não tem força política ou econômica para mudar o status colonial das Malvinas. Embora  o Comitê de Descolonização da ONU atualmente classifique o território como ocupado, ou sem governo próprio, dificilmente a Inglaterra irá descolonizá-lo apenas por pressão de declarações do governo argentino. Mas esta seria uma excelente oportunidade para que a UNASUL mostrasse unidade em torno de um tema de concenso na região: que as Malvinas pertencem à Argentina e não à Inglaterra. Uma declaração conjunta do Conselho de Segurança da UNASUL, mesmo que formal, daria outro peso político para esta questão.
É pouco provável que a atual crise em torno das Malvinas resulte em uma nova guerra. Mas isto não significa que o Brasil pode descuidar do seu futuro. De uma forma ou de outra, o futuro do Brasil estará profundamente ligado ao futuro da América do Sul, assim como o futuro da Petrobrás está ligado ao desenvolvimento do pré-sal.
O Brasil tem uma oportunidade ímpar em sua história: a disponibilidade de um recurso estratégico que o país tem plena capacidade tecnológica e econômica para desenvolver. Pela primeira vez o país pode planejar o uso do pré-sal de forma estratégica, para  fortalecer os laços com os países vizinhos, fortalecendo de tal forma a integração sulamericana que esta não possa mais regredir.
O petróleo tem que ser nosso!As primeiras  linhas desta história o país está escrevendo hoje, nas discussões que resultarão na Nova Lei do Petróleo, que integrará um novo marco regulatório para o petróleo no Brasil. É este o passo inicial para garantir a soberania sobre os recursos petrolíferos do país. Soberania esta, que nos permitirá utilizar estas riquezas para a geração de emprego e distribuição de renda, para investir em educação, saúde, infra-estrutura, tecnologia e energias mais limpas, ou seja, para criar um novo tipo de desenvolvimento, socialmente e ambientalmente sustentável, que ajude a melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro e dos povos irmãos da América do Sul.

Lucas Kerr de Oliveira



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